Neste final de semana, aconteceu a 18ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro (Fecti). Motivados a solucionar problemas do cotidiano, alunos da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), desenvolveram 14 projetos que foram apresentados no evento, quatro deles foram premiados.
O evento é realizado pela Fundação Cecierj, e ocorreu nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, no Cefet-RJ, localizado no bairro Maracanã, Zona Norte do Rio. Representando a Faetec, o vice-presidente administrativo da rede, Fabrício Repsold, esteve presente na abertura da Feira.
“Já estamos na 18ª edição da Fecti, esse evento tão importante para a Inovação e Tecnologia, que abrange tantos estudantes e professores do estado do Rio. Tenho certeza que todos os projetos são dignos de premiação e quero agradecer a presença dos professores e alunos da Faetec. Estamos de portas abertas para receber bons projetos e ideias, e que possamos fazer a diferença na vida da população do nosso estado”, ressaltou Fabrício Repsold.
Durante os dois dias de evento, foram apresentados 162 projetos desenvolvidos por estudantes de 37 municípios. A Faetec contou com 14 projetos sendo avaliados por professores e pesquisadores.
Na categoria Divulgação Científica, o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj) ficou em 1º lugar com o projeto “Empoderando a participação Feminina Negra na Evolução das Ciências”, das orientadoras e professoras Patrícia Amorim e Monique Gonçalves, e da aluna do 3º ano do curso Técnico em Informática, Paloma Lima.
O projeto prevê a criação de uma exposição virtual de vídeos de cientistas negras criados a partir de Inteligências Artificiais Generativas (IA). A equipe desenvolveu uma exposição online intitulada “Museu das Cientistas Pretas” e foram escolhidas 12 cientistas. Para cada cientista negra selecionada foi criado um vídeo com o auxílio de inteligência artificial.
Quem recebeu o prêmio foi a professora de Química, Monique Gonçalves, acompanhada por sua filha Laura. Aplaudida e celebrada, a docente explicou a relevância da premiação.
“Receber esse prêmio demonstra para os alunos a importância em fazer pesquisa e divulgação científica. A luta antirracista é muito importante e esse prêmio é um reconhecimento do nosso trabalho, porque somos professores não é só dando aula, somos professores também fazendo pesquisa e divulgando, além de todo o trabalho fora da sala de aula”, revelou a professora Monique Gonçalves.
Também subiram ao pódio, os alunos da Escola Técnica Estadual Santa Cruz . Eles ficaram em 1º lugar na categoria Ciências Exatas e da Terra com o projeto “Protótipo de Cromatógrafo Líquido com Materiais Comerciais e Acessíveis”. O projeto é composto pelos alunos do 2º ano do curso Técnico em Química: Gustavo Amora, Thaynã dos Santos e Yasmin Cristine Ferreira. Além dos professores e orientadores, Denis Luís da Silva e Isabela Cristina Aguiar.
O projeto prevê a criação de um protótipo de cromatógrafo líquido com detector de fluorescência usando materiais acessíveis e baratos. Os experimentos realizados apresentaram uma separação eficaz de pigmentos do espinafre e da vitamina B2, comprovada por fluorescência e espectrofotometria. A ideia é democratizar o ensino da disciplina de Química com o uso desse protótipo em aulas práticas em diferentes escolas. A próxima etapa, será a análise comparativa com materiais convencionais, além de desenvolver um protótipo desmontável e testar novos procedimentos com outros compostos fluorescentes.
Para o aluno Thaynã dos Santos, o 1º lugar gera uma motivação maior para continuar o projeto e aprimorar cada vez mais: “Este prêmio foi extremamente importante para nossa equipe, onde cada membro teve uma contribuição significativa. Ele demonstra que todo o nosso esforço valeu a pena e reforça nosso compromisso de ajudar o próximo. Espero que esse reconhecimento inspire outras pessoas a seguirem o mesmo caminho de empatia, que sempre foi o nosso principal objetivo”, destacou o aluno Thaynã dos Santos.
Além do prêmio de 1º lugar, os alunos também receberam o credenciamento para participar da MOSTRATEC 2025.
Alunos da ETE Henrique Lage ficaram em 3º lugar na categoria Desenvolvimento de Tecnologia, com o projeto “Caixa inteligente para separar e organizar componentes eletrônicos”. Criado pelos alunos do 3º ano do curso Técnico em Eletrônica, Miguel Siqueira Paz Teixeira e João Lucas Alves Mesquita, com a orientação do professor Altair Martins.
O projeto prevê automatizar o processo de separação e o armazenamento de resistores – que são um dos principais componentes para a construção de circuitos eletrônicos – os alunos criaram um equipamento em forma de caixa, com diversos compartimentos que identifica a resistência presente no componente e aponta o local exato onde deve ser guardado. A caixa é capaz de organizá-los a partir do momento que lerá o seu valor e apontar o local exato do compartimento onde será guardado, sem a necessidade de ficar olhando seu código de cores, assim otimizando o tempo de trabalho.
O projeto contempla ainda a acessibilidade de alunos com problemas e deficiências visuais, como baixa visão, daltonismo ou miopia, facilitando o manejo dos resistores de forma correta e eficiente no dia a dia das aulas em laboratório. Segundo o aluno João Lucas Alves Mesquita, a premiação foi muito importante. “É um projeto que eu criei do zero, não existia nada. E ver agora onde ele chegou, tudo isso é muito gratificante”, comemorou o aluno.
Bastante orgulhoso e feliz, o orientador Altair Martins celebrou a premiação alcançada na Fecti. “Esse prêmio consagra o trabalho de um ano e meio dos alunos e meu também. Tivemos muitas pesquisas e testes até o projeto final. Agora, os alunos entrarão para o mercado de trabalho, e eles sabem da importância de participar de feiras científicas para a vida profissional deles. Além disso, estamos divulgando a nossa escola como polo de produção de ciência de qualidade”, celebrou o orientador Altair Martins.
Em 4º lugar, na categoria Desenvolvimento de Tecnologia, sete alunos da ETEHL receberam o prêmio com o projeto “BBS – Bicicleta de Bambu Solar”. Os alunos utilizaram o bambu, conhecido como uma das plantas mais resistentes da natureza, para a fabricação de uma bicicleta que pode ser carregada utilizando energia solar e sustentável.
O trabalho é composto pelos alunos Henrique de Andrade Monteiro; Thayná Alves dos Santos; Erick Waldeck Leão Vieira; Luis Fernando Rosa dos Santos Antunes; Caio Ferreira Botelho; Jerlan dos Santos Carvalho e Vitor Cosme Tobias Tavares Júnior, com a orientação dos professores Claúdio Alberto Fortes e Sérgio Assis.
O aluno Henrique Andrade falou sobre a sensação de ser premiado: “Para mim, ganhar esse prêmio teve uma importância inestimável. Eu entrei na Faetec sem perspectiva nenhuma de conquistar alguma coisa, só com a missão de terminar o Ensino Médio, não pensava que estaria onde estou. Esse prêmio foi conquistado graças ao apoio dos meus familiares, meus professores e meus amigos. Foram muitos dias de trabalho para fazer um projeto digno de prêmio, e a medalha conquistada hoje valida todo o esforço da nossa equipe para concluir a bicicleta”, comemorou o aluno.
A 18ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro contou ainda com a apresentação da Banda Sinfônica da Faetec – Marechal Hermes.
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Mirella Araújo Nogueira Rebeque Pereira
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