O crescimento acelerado dos eSports já não é mais novidade. O que está em debate agora é: quanto vale, de fato, a habilidade de um jogador? Em um cenário que movimenta bilhões ao redor do mundo, o talento individual passou a ser medido não apenas em vitórias, mas também em cifras, contratos e influência.
No Brasil, terceiro maior mercado de eSports do planeta, jovens começam cada vez mais cedo — por volta dos 13 ou 14 anos — a buscar espaço em campeonatos online e se projetar como profissionais. A promessa de retorno financeiro é um atrativo, mas o caminho envolve altos investimentos pessoais, muita disciplina e resiliência.
Mas como medir o real valor de um jogador? Premiações são apenas um dos indicadores. Há ainda o desempenho estatístico, a constância nas partidas, a capacidade de adaptação e até o carisma diante das câmeras. E, ainda assim, não existe uma régua universal para mensurar talento — o que abre margem para discussões mais técnicas sobre critérios de avaliação.
Bruno Niro, CEO da Gamers Brawl, aposta justamente nesse ponto. Para ele, o futuro dos eSports passa por uma valorização clara da habilidade individual. “Muitos jogos de equipe acabam diluindo o desempenho de um jogador talentoso. Estamos investindo em formatos competitivos que evidenciam a performance pura, onde cada decisão conta. É um nicho em expansão, com grande apelo para quem quer ver o mérito individual em destaque”, afirma o executivo, cuja empresa está por trás de torneios e plataformas voltadas à performance solo.
Esse movimento aponta para uma diversificação no cenário competitivo. Além dos tradicionais times e grandes organizações, surgem novas arenas onde o jogador compete por si — e pelo próprio nome. A audiência, cada vez mais exigente, também quer ver técnica, reação, leitura de jogo e domínio mecânico, com menos interferência de fatores externos.
O desafio, no entanto, continua o mesmo: transformar paixão em profissão. Para isso, o ecossistema dos eSports precisa evoluir em estrutura, apoio psicológico, acesso a treinamento e, principalmente, modelos que reconheçam e valorizem quem realmente joga acima da média.
Enquanto isso, a pergunta persiste: habilidade no eSport é talento nato, resultado de treino ou um mix dos dois? E o mais importante — já sabemos como precificar isso de forma justa?
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GILMARA ALVES DE OLIVEIRA
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