O Sindilegis, em parceria com os comitês de equidade do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU), promoveu, a última edição do ano do debate “Papos que Transformam”, que contou com o lançamento do livro “Como não ser racista”. O evento, realizado na última terça-feira (10), em celebração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, aconteceu no anfiteatro do Instituto Serzedello Corrêa, em Brasília.
A abertura contou com a presença da escritora e dramaturga Cristiane Sobral, autora do livro; da ilustradora Vanessa Ferreira, conhecida como Preta Ilustra; da advogada e especialista em crimes de gênero Fayda Belo; e do artista visual Sanagê Cardoso.
Sob moderação de Marcela Timóteo, coordenadora do Comitê Técnico de Equidade, Diversidade e Inclusão do TCU, o diretor de cultura do Sindilegis, Pedro Mascarenhas, destacou a relevância do evento. “O Sindilegis, como representante dos servidores públicos do Legislativo Federal, tem um papel fundamental na construção de um ambiente de trabalho mais justo, saudável e equânime”, diz.
O livro surgiu de uma provocação feita pela Diretora-Geral do Senado Federal, Ilana Trombka, durante o evento “Expressões e Vivências Negras”, em 2023, em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Na ocasião, ela reforçou que “são temas sensíveis, mas necessários. Esse é o compromisso dos órgãos públicos: trazer essas questões à tona para que possamos amadurecer como sociedade”.
Na mesma linha, o Secretário-Geral de Administração do TCU, Márcio Albuquerque, pontuou a importância de refletir sobre representatividade e inclusão. “Durante o evento, fizemos um alerta sobre a presença exclusiva de representantes brancos no dispositivo. Precisamos garantir que mais pessoas negras ocupem esses espaços de poder”, comenta Márcio.
No evento, a advogada criminalista Fayda Belo apresentou a palestra “A Luta Antirracista na Prática”. Sob a moderação de Stella Vaz, coordenadora do Comitê de Gênero e Raça do Senado Federal,Fayda destacou a urgência de que pessoas brancas se tornem aliadas na luta antirracista e ofereceu um panorama histórico sobre o racismo no Brasil. “É preciso entender o ontem para aprender a mudar o amanhã.Ninguém nasce racista, mas torna-se racista”, enfatiza.
Ela abordou ainda o impacto do racismo institucional, a importância da educação antirracista e da descolonização dos pensamentos, sendo calorosamente aplaudida de pé pelo público.
No último painel do evento, mediado pela diretora de comunicação do Sindilegis, Elisa Bruno, os artistas envolvidos no livro compartilharam suas perspectivas. Cristiane Sobral destacou o papel da literatura no letramento racial. “Precisamos, sobretudo, de leitores, de pensadores, de pessoas capazes de refletir”, destaca Cristiane. A ilustradora Preta Ilustra explicou como seu trabalho busca romper estereótipos racistas e criar imagens mais representativas. “Por meio da arte, construo trajetórias com protagonismo negro e feminino”, ressalta a ilustradora.
Sanagê Cardoso, com sua linguagem neoconcretista, refletiu sobre o impacto de sua arte. “Minhas obras promovem uma imersão na diáspora africana e na questão racial brasileira”, aponta o artista visual. O livro “Como Não Ser Racista” é uma continuidade da série “Como Não Ser um Babaca” e está disponível gratuitamente em formato digital no site naosejaumracista.com.br.
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SUENIA MICHELLE QUEIROZ DANTAS
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