Junho, 2024 – Dados da Serasa Experian registraram a marca histórica de quase 300 mil empresas negativadas em Santa Catarina. Os números de março apontam que houve um crescimento de empresas inadimplentes em 100 mil em cinco anos, chegando a 298,8 mil em março. O número representa 25% das 1,18 milhão empresas ativas no estado. Entre os setores com mais negócios endividados, o de serviços lidera o ranking com 55,1%, seguido pelo comércio (36,2%) e pela indústria (7,5%).
O cenário negativo dos últimos anos, somado à escassez de crédito, tem levado muitas empresas a buscar medidas drásticas, como a recuperação judicial e até mesmo a falência. Somente neste ano, até abril, já foram 292 pedidos de falência requeridos e 685 novos pedidos de recuperações judiciais em todo o Brasil, conforme dados da Serasa Experian.
Especialista em recuperação empresarial, o advogado Felipe Granito, do GBA Advogados Associados, aponta que o endividamento com bancos é o principal problema enfrentado pelas empresas brasileiras. “O superendividamento bancário é a causa de aproximadamente 80% dos encerramentos de negócios nos primeiros cinco anos. As empresas acabam pegando empréstimos e entrando em uma bola de neve na qual a dívida só aumenta, com juros sobre juros”, afirma.
Felipe Granito explica que estratégias adequadas possibilitam a recuperação empresarial e podem evitar a recuperação judicial ou até mesmo a falência. “A recuperação judicial consiste em um procedimento burocrático que, por vezes, não concede à companhia a liberdade necessária para enfrentar uma situação de crise. Já a reestruturação das empresas e a renegociação com bancos e fornecedores são caminhos que têm salvado muitos negócios. A busca por essa demanda cresceu nos últimos três anos, e temos tido resultados expressivos, com uma média de desconto nessas negociações superior a 90% nas dívidas dos nossos clientes”, completa o advogado, que nos últimos dois anos atendeu mais de 100 clientes, todos recuperados.
Na reestruturação empresarial, também chamada de turnaround, é aplicada uma estratégia que inclui diversas frentes, possibilitando a recomposição e readequação da sociedade empresária como forma de viabilizar o seu crescimento. Em muitos casos, diz o advogado, sequer é necessário recorrer ao Judiciário para atingir os objetivos desejados, o que torna o processo mais ágil e menos custoso. “Ao contrário do que ocorre na recuperação judicial e extrajudicial e na falência, no processo de turnaround, a empresa tem uma economia substancial com os procedimentos processuais e, também, mantém a sua liberdade econômica pela ausência do controle de seus atos por terceiros, possibilitando a incidência de maiores estratégias negociais nas operações com seus credores”, explica Granito.
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ALINE REGINA TELLES DE ALMEIDA
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