No mês do Dia da Terra, cresce a atenção sobre o impacto ambiental da inteligência artificial. O rápido avanço e adoção de modelos generativos têm levantado discussões sobre o aumento do consumo de energia e emissões de CO₂. Segundo um estudo do Goldman Sachs, a demanda energética da IA pode crescer 2,5 vezes até 2030, impulsionada por sua aplicação em setores como varejo, saúde, mídia, logística e tecnologia.
Boa parte dessa energia será destinada a duas fases fundamentais do ciclo de vida da IA: o treinamento de modelos (que envolve semanas ou meses de computação intensiva em GPUs) e a inferência (as respostas geradas pelos modelos, repetidas bilhões de vezes por dia, conforme a demanda de usuários cresce).
Diante desse cenário, líderes da indústria — como Sam Altman, CEO da OpenAI — já afirmam que o futuro da IA depende de uma revolução energética. Mas enquanto esperamos essa “virada tecnológica”, devemos continuar operando com as mesmas práticas de hoje?
A resposta mais pragmática e urgente é: não. A redução de emissões de CO₂ na indústria de IA já é possível hoje, com tecnologias e estratégias acessíveis que permitem diminuir significativamente o impacto ambiental — sem sacrificar desempenho ou rentabilidade.
O debate sobre IA e meio ambiente tende a se concentrar nos grandes modelos fundacionais, mas o problema é mais amplo. Cada geração de imagem, cada atendimento automatizado, cada prompt respondido exige energia. E à medida que a adoção da IA cresce, o impacto ambiental cresce com ela.
A boa notícia é que a eficiência energética na IA não é uma utopia distante. Já existem soluções concretas e comprovadas para reduzir a pegada de carbono:
Uso de energia renovável nos data centers de treinamento, como fontes hidrelétricas e eólicas.
Modelos mais eficientes, com menor tempo de execução e menos parâmetros computacionais.
Inferência otimizada, que reduz o número de interações até um resultado satisfatório.
Modelos especializados, que evitam o desperdício computacional em tarefas genéricas.
Essas ações, quando combinadas, podem reduzir drasticamente as emissões associadas a operações de IA em larga escala.
Há quem veja a sustentabilidade como um custo extra, mas, na IA, ela pode ser um acelerador de crescimento. Modelos mais eficientes não só consomem menos energia como entregam resultados mais rápidos, com maior precisão — melhorando a experiência do usuário, reduzindo custos operacionais e, por consequência, aumentando a receita.
Ou seja, a sustentabilidade na IA representa uma rara convergência de interesses: reduzir CO₂, reduzir custos e aumentar a performance. Um verdadeiro “ganha-ganha-ganha”.
Claro, há armadilhas. A maior delas é o efeito rebote: quando um recurso tornado mais acessível leva a uma maior adoção e a um consumo geral mais alto. O surgimento do fast-fashion é um exemplo perfeito: o surgimento de roupas de baixo custo levou a um consumo excessivo.
O paradoxo de Jevons descreve exatamente isso: um fenômeno em que um ganho de eficiência leva a um aumento no consumo superior a 100%. Na IA, esse efeito é real, mas ele não é necessariamente negativo. Se o uso crescente da IA substituir atividades mais poluentes, como viagens internacionais para sessões de fotos ou processos industriais intensivos, o impacto líquido pode ser positivo. A chave está em avaliar cada caso com rigor e transparência.
A sustentabilidade na IA representa uma oportunidade de ganho mútuo para as empresas. Ao se concentrarem na melhoria da experiência do usuário, na redução de custos e na minimização do impacto ambiental, as empresas de IA podem liberar um valor significativo para si mesmas e para seus clientes.
O ecossistema de IA mais amplo desempenha um papel fundamental na sustentabilidade, e todos os atores – provedores de nuvem, desenvolvedores e usuários finais – podem considerar critérios sustentáveis ao selecionar seus provedores e parceiros, como o uso de energia renovável, o baixo consumo de energia e o compromisso de minimizar o impacto ambiental.
Em vez de esperar por uma revolução energética futura, já existem caminhos concretos para reduzir emissões de CO₂ sem abrir mão de performance ou lucratividade.
A indústria de IA tem a chance de liderar não apenas em inovação, mas também em responsabilidade. E a hora de agir é agora.
*Lyline Lim, Head de Sustentabilidade da Photoroom.
Sobre a Photoroom
A Photoroom foi fundada em 2019 e, nos últimos seis anos, conquistou um nicho no espaço de fotografia comercial. A Photoroom obteve sucesso pela primeira vez com seu removedor de fundo, o melhor da categoria. Agora, ela expandiu sua oferta para incluir um editor de fotos em lote e ofertas de IA generativa: AI Backgrounds e AI Shadows. Processando mais de 2 bilhões de imagens por ano e baixado mais de 200 milhões de vezes, o Photoroom é agora o aplicativo de edição de fotos com IA número 1 do mundo, disponível em dispositivos móveis, na Web e por meio de uma API em mais de 180 países. A empresa atende também a grandes companhias globais como Amazon, Depop, Decathlon e Doordash. A Photoroom está sediada em Paris, com uma equipe global de mais de 80 funcionários.
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LUIZ FERNANDO VALLOTO
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