A leitura proporciona viajar no pensamento, ultrapassar qualquer limite físico e ser um meio para ter contato com mais de 150 mil livros de 226 editoras. A aparente metáfora se transformou em fato para o jovem Rafael (nome fictício), de 18 anos, que cumpre medida na Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, durante a visita que fez à 26ª Festa do Livro da USP, a Universidade de São Paulo, na última quarta-feira (6).
Foi a primeira vez que um jovem da Fundação CASA Guarulhos participou da Feira. A atividade pedagógica externa veio como um estímulo ao adolescente, que é um apaixonado pelos livros e leitor frequente no centro de atendimento, trocando semanalmente as obras. A agente educacional Ariane Coelho é responsável por gerir a biblioteca local, auxiliando na troca semanal dos livros pelos adolescentes.
A Feira do Livro, organizada desde 1999, aconteceu entre os dias 6 e 10 de novembro dentro da Cidade Universitária e procurou aproximar editoras e leitores, oferecendo obras a preços especiais.
A leitura é incentivada como parte do processo educacional da medida socioeducativa. Rafael, por exemplo, trocou impressões de suas leituras ao longo do mês de outubro com o profissional de Educação Física Eduardo Martins, que faz parte da sua equipe de referência. O profissional, observando a paixão do adolescente em ler, sugeriu a visita do rapaz à Feira do Livro. A atividade externa teve autorização do Poder Judiciário.
Na abertura da Feira, na quarta-feira, Rafael estava ao lado de centenas de outros leitores ávidos pelas obras disponíveis, incluindo livros de editoras argentinas. A organização do evento, sensibilizada com a história do jovem, lhe deu de presente duas obras: “A garota no espelho”, de Rose Carlyle, e “O homem de palha”, escrito por Pablo Zorzi, ambos editados pela Astral Cultural.
“Acreditamos que o livro é um grande aliado na medida socioeducativa. A interação com pessoas que amam os livros e a visita à maior universidade da América Latina foram passos fundamentais para o adolescente, que demonstrava felicidade a cada momento pela experiência vivida”, afirmou o diretor da Fundação CASA Guarulhos, Douglas Araújo.
Para os próximos meses, as equipes de referência do centro pretendem promover rodas de conversas mensais com os adolescentes atendidos para trocar experiências sobre as leituras realizadas ao longo do período.
A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, acrescenta que o acesso à cultura é um dos direitos garantidos aos adolescentes durante o cumprimento da medida socioeducativa: “A leitura é um hábito que pode ser ensinado ou estimulado a qualquer momento da vida, que só traz enriquecimento cultural e repertório crítico que refletem na atitude cidadã”.
Sobre a Fundação CASA
A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, com base no ato infracional e na idade dos adolescentes, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.
Mais informações em: https://fundacaocasa.sp.gov.br/.
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CAMILA APARECIDA DE SOUZA
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