A Diretiva de Devida Diligência em Sustentabilidade Corporativa (CS3D), recentemente aprovada pela União Europeia, exige que grandes empresas, tanto da UE quanto estrangeiras, realizem auditorias abrangentes em suas cadeias de fornecimento para assegurar o respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente. A CS3D se aplica a empresas com mais de 1.000 funcionários e um faturamento anual global superior a €450 milhões.
De acordo com Gustavo Loiola, professor especialista em ESG, essa nova lei terá um grande impacto nas exportações brasileiras. “Empresas que realizam negócios com qualquer um dos 27 países da União Europeia serão obrigadas a comprovar que seus fornecedores respeitam os direitos humanos e o meio ambiente, com possibilidade de aplicação de multas significativas em caso de não cumprimento dessa nova lei, chegando a até 5% da receita”, explica.
As auditorias deverão abordar questões como desmatamento ilegal, perda de biodiversidade, trabalho análogo à escravidão e trabalho infantil. “As empresas brasileiras terão que oferecer maior visibilidade sobre como suas operações impactam o meio ambiente e a sociedade. Isso inclui relatórios detalhados sobre emissões de carbono, uso de recursos naturais e impactos sociais de suas atividades”, sugere.
A CS3D entrará em vigor entre 2027 e 2029, dependendo do tamanho da empresa. As maiores empresas serão impactadas primeiro, seguidas pelas de médio porte e, por fim, as menores. “A sustentabilidade não é mais uma opção, é uma necessidade. Por isso, além das exigências legais, é importante que as empresas pensem em seus impactos para adotar práticas sustentáveis efetivas. O ESG é uma oportunidade para inovar e liderar com responsabilidade”, complementa Gustavo Loiola.
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MARIA EMILIA RODRIGUES SILVEIRA
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