Em uma conjuntura marcada pelo dinamismo e pela busca por diversificação na matriz de exportações, o Brasil alcança um feito notável na primeira metade do ano de 2024. Com 72 novas aberturas de mercados, o país não apenas ultrapassa marcas históricas, superando os registros de anos anteriores em oportunidades comerciais de produtos agrícolas, mas também estabelece um recorde que reflete a competência e a expansão do setor agropecuário brasileiro. A eficiente estratégia de negociações internacionais possibilitou que o agronegócio se firmasse em mercados de 30 diferentes nações, oferecendo uma variedade de produtos, desde pescados de cultivo até sementes de hortaliças, conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A performance mais impressionante foi observada no mês de junho, correspondendo a 32% de todas as aberturas de 2024, com novos 26 mercados espalhados por 13 países. Isso indica uma política assertiva de crescimento e fortalecimento no comércio exterior direcionado ao agronegócio. Entretanto, é relevante ponderar que nem todas as aberturas representam igual impacto econômico significativo, conforme salienta Josemar Franco, coordenador de comércio internacional da BMJ Consultoria, ao enfatizar a importância das exportações do ramo frigorífico com parceiros como China e México.
A relevância econômica desses mercados é reforçada pelos produtos que atingiram requisitos sanitários e fitossanitários, abrangendo uma gama diversificada, que vai desde carnes e derivados até produtos vegetais como o café verde e o milho não transgênico.
Análise dos efeitos no cenário nacional e internacional
A abertura de mercados impacta tanto o panorama externo quanto as dinâmicas internas. O reconhecimento mundial do agronegócio brasileiro, embasado na produtividade e inovação, traz reflexos notáveis como a demanda crescente por infraestrutura e a melhora na geração de renda. A pesquisadora e economista Cristina Helena de Mello, de São Paulo, levanta pontos importantes sobre o efeito no mercado de trabalho e na qualidade produto que, ao conformar com padrões globais elevados, tende a valorizar a produção interna.
Em meio a esse cenário positivo, os especialistas indicam que ainda há mercado a ser explorado, realçando a necessidade de negociações estratégicas e manutenção da excelência nos padrões de qualidade dos produtos do agronegócio.
Expansão mundial do agronegócio brasileiro
A distribuição geográfica dos 72 novos mercados de 2024 abarca todos os continentes, com destaque para a Ásia liderando o número de países beneficiados, seguida pelas Américas, África, Europa e Oceania. Essa expansão resultou em um avanço significativo nas exportações do Brasil, garantindo que quase metade das receitas oriundas da exportação fossem creditadas ao setor do agronegócio, gerando um volume impressionante de US$ 67,17 bilhões.
Confira o crescimento contínuo dos mercados e países atendidos pelo agronegócio brasileiro de 2019 a 2024:
- 2019: 35 mercados | 18 países
- 2020: 74 mercados | 24 países
- 2021: 77 mercados | 33 países
- 2022: 53 mercados | 26 países
- 2023: 78 mercados | 39 países
- 2024: 72 mercados | 30 países (até junho)
A julgar pelos dados apresentados, é inquestionável o papel central que o agronegócio exerce na condução da economia brasileira para um horizonte de prosperidade e reconhecimento internacional cada vez maior.